Texto de Victoria Lorenzana, Gerente de Produto da Smart Research, sobre como as partes interessadas podem trabalhar para melhorar as práticas de UX Research em qualquer empresa.
Sempre fui apaixonado por pesquisa, aprendendo sobre o conhecimento de usuários ou consumidores e seus contextos. Mas o que mais gosto é a descoberta de necessidades não atendidas, porque isso representa a oportunidade de inovar. Por isso comecei no mundo da pesquisa de mercado e, após alguns anos, fiz a transição para me tornar um Pesquisador de UX.
Quando trabalhava com pesquisa de mercado, me considerava um aliado de meus clientes e, embora me esforçasse para conhecer todo o contexto, tinha a impressão de que estava faltando uma parte importante da história. Por exemplo, conhecendo a viabilidade de minhas recomendações, sua viabilidade de implementação, seu impacto no negócio e assim por diante. Tornar-se um UX Researcher me permitiu conhecer a história completa, então pude ver o quadro completo e acessar todas as fontes de informação e percepções anteriores para gerar projetos de pesquisa mais estratégicos. Essa transição me desafia a me familiarizar com novas metodologias e executar processos por conta própria.
Se você tem interesse em aprimorar as práticas de UX Research do seu negócio, deixe-me compartilhar alguns elementos que, pela minha experiência, agregam valor e garantem uma execução bem-sucedida e mais estratégica.
Objetivos de pesquisa bem definidos
Como consultor pude ser um tanto permissivo com os objetivos já definidos que recebi dos meus clientes. Depois de se tornar um UX Researcher, porém, consegui acompanhar e orientar a definição dos objetivos da pesquisa, conversar com os stakeholders e perguntar o que queremos saber? Porque? E para quê?
Metodologias certas para obter os resultados certos
Enquanto na pesquisa de mercado muitas vezes nossos clientes já têm uma metodologia em mente e nós temos uma pequena margem de sugestão, uma função chave do papel do UX Researcher é projetar projetos de pesquisa. Para isso, devemos considerar quais insights já temos e o que precisamos saber para identificar a melhor metodologia.
Desenho de amostra, tanto para projetos qualitativos quanto quantitativos
Saber definir uma amostra mínima recomendada é fundamental. Enquanto na pesquisa de mercado estamos comprometidos em reduzir a margem de erro, na UX Research estamos comprometidos com a eficiência.
Nos projetos qualitativos buscamos representatividade, pois a amostra mínima recomendada é de 5 participantes por segmento. Por outro lado, para projetos quantitativos, temos que garantir que nossa amostra seja estatisticamente significativa, garantindo um bom nível de confiança. Atualmente, existem várias calculadoras online que podem ajudá-lo com esta definição.
Contar histórias em suas apresentações de resultados
Como consultor de pesquisas de mercado, a apresentação dos resultados foi um momento de pico, pois revelou nosso compromisso em entregar no prazo. Foi também minha oportunidade de fornecer valor agregado, análises adicionais e recomendações para uma estratégia mais completa. Como UX Researcher, a entrega de resultados também é um momento fundamental, pois permite documentar os achados de todo o processo onde (idealmente) os diversos perfis da organização estiveram envolvidos.
Em ambos os cenários, um bom relatório de resultados permite que você se posicione como um pesquisador. O relatório também se torna a base de uma estratégia que permitirá à empresa atingir os objetivos. O relatório de resultados deve contar uma história: deve apresentar os objetivos da pesquisa, o que foi feito (metodologia e amostra) e os resultados. Mas, acima de tudo, deve ser claro o suficiente para que qualquer pessoa da organização possa lê-lo sem a necessidade de consultar o investigador.
No próximo artigo, vamos nos aprofundar em cada um desses elementos de aprimoramento da UX Research que permitirão que você se consolide tanto no campo da pesquisa de mercado quanto no campo da experiência do usuário.